A divisão no interior das Forças Armadas e as dissensões no PDS – provocadas por contradições entre as classes dominantes – abriram campo para que Paulo Maluf tomasse de assalto o aparelho do PDS e, utilizando-se do suborno, da corrupção e do tráfico de influência, vencesse a convenção. Ao impor-se como candidato do regime, Maluf precipita a formação da Frente Liberal e sua posterior incorporação pela Aliança Democrática.
Maluf reúne em torno de si setores minoritários da burguesia, segmentos das Forças Armadas, comunidade de informações e organismos de repressão. Representa setores fisiológicos e de extrema direita do PDS e busca se apoiar em setores militares e políticos que temem perder seus privilégios e mordomias com a troca de governo.
Ao manter sua candidatura, contra todas as tentativas de substituição, Maluf, na verdade, revela a pretensão de organizar, com o que restar do PDS, um partido populista de direita, pronto a acolher os setores mais reacionários da sociedade. Daí porque a derrota de Maluf no Colégio não elimina as ameaças da extrema direita, que ele encarna.
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