sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Debatendo com X., um dirigente petista conservador e mal informado. (2013)

6 de julho de 2013

"Pela nova versão do Estatuto [do PT], os fóruns na internet são considerados núcleos de base. É assim ou estou interpretando errado? O que eu leio aqui é o seguinte, R.:

Reforma do Estatuto, aprovada no 4º Congresso, 03.09.2011, item 35. Participação digital . Diz o seguinte: 

'Ficam incluídos os coletivos petistas nas redes sociais da Internet como Núcleos de base.'
E no Estatuto diz o seguinte: 

'Art. 61. São considerados Núcleos quaisquer agrupamentos de (...) filiados ou filiadas ao Partido, organizados por atividades afins, tais como (...) coletivos nas redes sociais da internet (...)'.
É evidente, X., que para se reconhecer formalmente um núcleo, é necessário que se demonstre a sua existência real. Mas, desde que isso é feito, dispensa-se a presença e o núcleo pode perfeitamente cumprir as suas finalidades apenas virtualmente, reunindo-se excepcionalmente quando houver necessidade de uma votação formal e para a implementação das atividades práticas na rua. 

As reuniões [em ambiente físico] costumam ser esvaziadas porque a maioria das pessoas não suporta ou não tem tempo a perder com discussões intermináveis que não decidem nada e não têm consequência prática nenhuma. Esse tipo de participação, o debate para elaboração política, que é sempre necessariamente longo e exaustivo, pode ser feito pela internet com o mesmo proveito que se estivessem todos reunidos numa sala, com a vantagem de que pode-se conseguir ter um número maior de participantes por evidentes facilidades como a flexibilidade de horário e a possibilidade de ler e reler o que é dito a qualquer tempo. 

Estamos num mundo em que ninguém quer perder tempo. E eu creio que a proposta de participação digital responde às necessidades desse novo mundo em que tudo é tão rápido e fluido. Acho que a forma que pode ser mais produtiva de trabalhar é assim: na internet se combinam as coisas, fora da internet se realiza o combinado. É isso o que eu entendo que seja a participação digital. Mantém-se as reuniões presenciais, e reconhece-se e estimula-se estas novas alternativas de participação, que podem sim ser chamadas de núcleos virtuais, já que tem como ambiente principal de participação a internet. 

Acho que esse tema precisa ser melhor discutido no partido. Eu, acho, por exemplo, que a lista de e-mails da zonal deveria ser tratada como um núcleo, ainda que não precise ser reconhecida formalmente como tal, já que é um canal de comunicação mantido pelo Diretório Zonal. Enfim, segue o debate."

17 de julho de 2013

"'Enquanto preferir ficar nessa militância virtual, ao menos respeite quem milita no mundo real.' (R.)
Militância virtual é militância real, X., acorda. Toda a disputa ideológica e toda a guerra de informação e contra-informação entre esquerda e direita no Brasil tem se dado, há anos, pela internet. Os protestos de junho foram convocados pela internet. As pessoas discutiram, decidiram e combinaram a realização de todos os atos nas redes sociais. Portanto, militância virtual e militância presencial não se excluem. Ao contrário, se articulam, se completam e se potencializam mutuamente. Eu uso a internet, mas o meu objetivo é a rua. E a experiência dos movimentos sociais contemporâneos prova que eu estou certo. Porque todas as grandes manifestações de rua recentes do mundo, nasceram na internet. Não foi atoa que o 4º Congresso do PT, ocorrido em 2011, ano da Primavera Árabe, incluiu na reforma do Estatuto do partido um capítulo sobre a Participação Digital." 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.